quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Pré e pós operatório em cirurgia plástica.

Bom dia, esse blog traz mesmo um pouquinho de mim, coisa de quem vem se acertando mesmo. Longe de ser um mapa coerente e linear, é algo mais intuitivo e que se harmoniza com habilidades que veem sendo, gradativamente, construidas.
Venho hoje falar um pouco do meu trabalho no pós operatório em cirurgia plástica. Esse tema é por vezes mal compreendido pelas pessoas, em geral, tanto leigas como graduadas nas mais diversas áreas da saúde. Afinal, cada qual com sua leitura que correspondente a filtros diversos, cosmovisão e tudo mais... No entanto, uma falta de assertividade, acurácia, e por que não dizer, de um caráter mais holístico, pra não repetir constantemente a multidisciplinaridade, tem afetado consideravelmente decisões tomadas o que repercute diretamente na recuperação dos pacientes.
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que: pós operatório não é sinonimo de drenagem linfática. Não é. A fisioterapeuta não vai lá, no domicílio pra fazer "drenagem" ... "massagem" .... A(o) fisioterapeuta (o) vai em primeiro lugar, pra fazer uma boa avalição clínica do estado em que se encontra a/o paciente. Uma avaliação completa, sinais vitais, aspecto da pele, edema, trauma cirurgico, estado da cicatriz, tremores, nauseas, vomitos, dor de cabeça, equimoses, presença de hematomas, seromas... e muito importante: avaliação da condição da microcirculação e macrocirculação, avaliação quanto a fisiologia do retorno venoso, se normal ou se há algum indício de evento tromboembólico. Não se pode começar um procedimento que mexe com a volemia, como a própria drenagem, sem auferir a pressão arterial de alguém no pós operatório, ainda mais em alguém que está em processo de compensação hemodinamica. E de ascultar! Muitas pacientes são fumantes!
Em segundo lugar, a drenagem do pós operatório muda muito, conforme o trauma cirurgico. Não é a mesma... varia de cirurgia para cirurgia, de situação de intenso edema, para edema mais atenuado, de muita lesão vascular para pouca, de pouco comprometimento em coletores importantes para muito, e com isso há a necessidade de usar vias alternativas e não derivações que não podem ser estabelecidas, pois simplesmente não existem.
Terceiro, desde o começo existe a abordagem preventiva de fibroses - uma das - feita com o ultrasom. Só que o fator tempo é tão importante quanto saber dosar a intensidade. Tenho visto uma subutilização do recurso... pois ninguém quer mais "perder" tempo demorando demais no aparelho... E com isso, nem se avalia direito, nem se usa direito os recursos de eletroterapia, nem se faz cinesioterapia... sim... precisa-se trabalhar com a cinesioterapia (exercícios linfomiocinéticos e isometricos) e com exercícios diafragmáticos.
Esse texto é também um desabafo, não só meu, mas das pacientes que tenho atendido, que já vem de outros atendimentos... Que possa também servir para orientar, dar algum critério a mais na hora de procurar um fisioterapeuta para fazer seu pós operatório.
E, não poderia deixar de falar, o pré operatório é de extrema importancia, principalmente nas situações de cirurgia prévias que não deram certo. E para finalizar... fibrose sai... a superficial, da pele, da tela subcutanea, sai, todinha. Não se pode deixar que a paciente ache que ficar cheia de fibrose e encurtada é natural da cirurgia, por que não é, e muito principalmente em cirurgia plástica estética. Em cirurgias oncológicas, com a qual tenho muito orgulho de trabalhar, o paradigma é outro, dadas as circunstancias de amplas ressecções....
Por fim, cirurgia plástica é uma maravilha, feita por um bom profissional, só não ponha isso a perder por não fazer um bom pós operatório, o melhor que puder fazer.
Contatos:
Vanessa Brito
Fisioterapeuta Crefito 3551 6ºRegião
Cel: 86-9955-9479
vanessabrito.fisio@gmail.com

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