quarta-feira, 25 de abril de 2012

Reabilitação linfovenosa e a Resolução da ANS.

Bom, não há mais desculpas para os gestores do SUS não introduzirem a reabilitação linfovenosa, a terapia física complexa (ou completa, como a ela gosto de me referir) em seus postos de atendimento. Imprecindivel nos casos de cirurgias oncológicas de amplas ressecções que costumam acometer principalmente os pacientes em situação fragilidade socioeconomica, além de linfedemas idiopáticos, primários, secundários. Estou me referindo à resolução da ANS 262 de 1º de agosto de 2011, artigo 17, IV, e seu respectivo anexo 1. É lei. Que não seja morta num sistema engessado e que não inabilite a funcionalidade de quem já sofre com a exclusão social.
Um parentese importante é que o tratamento com a Drenagem Linfática está quase que totalmente voltada para a paciente estética e saudável (em termos relativos, nada debilitante) que pode arcar com os custos. E muitos de nós esquecemos aqueles que dela tanto precisam e que, por ela, não podem arcar em atendimentos particulares, mas "esquecemos", também, pois os gestores a desconhecem ou se recusam a "conhecer", sei lá... Os concursos são escassos e tem-se que trabalhar com o que se pode nas unidades. A boa notícia disso tudo é que, como já falei, não há nada de complexo na reabilitação linfovenosa, mas abordagens que se complementam.... então, gente, dá para fazer. O custo é baixíssimo. No entanto, a dedicação, a delicadeza, a insistencia, o conhecimento envolvido... aí, sim, essse é grande. Lembrei-me do que ouvi em sala de aula, já que o paciente é pobre, e não tem como cuidar desse linfedema, desarticula-se o membro. Triste. Fiquei chocada... mas essa é a nossa realidade. Agora, não precisa ser assim. Espero que nesse país ainda existam gestores que não se interessam e práticas tão somente eleitoreiras e que da lei faça-se a luz, que é o resgate da autonomia através da reabilitação.