sábado, 4 de dezembro de 2010

Correr?

O tempo passa muito rápido...Isso é uma pena, uma lástima. O que resta é o clichê: não me arrependo de nada! Quando dá aquela pontadinha de coisa mal arrumada lá dentro...corre-se para o sedimentada resignação. É melhor do que volver a terra, sujar as mãos, escarafunchar na lama da alma. Né não? Todo mundo faz isso.... Passa-se adiante, vivendo, como dá. Sonhando pra viver...pois não se vive sem sonhar e tanto faz, de olho fechado ou aberto.
A vida corrida dá saltos olímpicos sobre nossa cabeças. Pra onde ela vai sem a gente? Mas ela não quer saber, não. Ela é atleta. Corre menina, segura a saia esfiapada dela que se não... tu fica. E corre-se o dia todo, metaforicamente, e como se não bastasse, nas ruas, nas academias, em casa...tem que correr, minha filha, meu filho, tem que correr!
Corre-se o dia inteiro para sustentar o sistema, o Leviatã, a besta, que além de corroer a alma humana, o físico, a tez...destrói a segunda maior realidade física que se conhece: o planeta. A primeira realidade é degenerada no desespero do correr para ter, a segunda, quando se tem. Mais o que estamos fazendo?! Eu escolhi tudo isso? Escolhi. Escolhi sim, quando baixei a cabeça e consenti em trabalhar, sendo explorada, por horas a fio, para comer. Quando comprei o que desejava, e não precisava... mas só queria, pois queria muitos daquele mesmo jeito...Escolhi. É mais fácil, muito mais fácil... e, olha, não se sente as mãos sujas por crianças e adolescentes serem privados de comida, água, educação... por causa da concentração de renda - a paga da acumulação imoral de bens de capital.
Eu escolhi, você escolheu. E agora dá pra mudar?

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